Bem vindos
Senhoras e senhores! Respeitável público! esta é uma breve apresentação de trabalhos de quinze anos dedicados a arte e cultura. Estão apresentadas uma série de registros de imagens e textos elaborados para esclarecer essa trajetória, tortuosa e complexa de se dedicar a arte e estar fora dos maiores mercados, não há apoio. Nessa apresentação fica nítido um percurso, onde há possibilidades. Meu nome é Lara Bottos, tenho 38 anos, sou formada em Arquitetura e Urbanismo com trabalhos em artes visuais, cenografia, entre outras áreas que lidam com os materiais, com o espaço e com o desenho.
Junto com Cleber Tasquin esse projeto foi promovido. Na área de artes visuais se trata de uma instalação artística que une o trabalho em artes visuais com literatura . O tema central , a base é a cultura afro brasileira ligada a religião de matriz africana, o candomblé, e seus desdobramentos nas artes , erudita e popular . Projeto promovido através do Proac Municípios , do Governo e Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e Prefeitura e Secretaria da Cultura de Assis, o trabalho foi apresentado em diversos equipamentos culturais e educacionais da cidade como no Museu de Arte Primitiva de Assis, CEU Parque Colinas, Galpão Cultural, FEMA e escola estadual Ernani Rodrigues .
O projeto se deu com a vontade , com o intuito de se aprofundar nas questões que permeam a cultura afrobrasileira, tanto diante da situação da população negra no Brasil, quanto a arte e os costumes , dando destaque a religiosidade. Pesquisamos e vivenciamos.
Foi produzida a instalação em si, uma linguagem das artes visuais que entre outros aspectos propõe a ocupação do espaço.
Diante as possibilidades técnicas foi escolhida a utilização do ferro/ metal e a vontade de explorar esse material, essa natureza.
Foi decidido fazer arranjos com elementos comuns das roças de candomblé e da cultura popular em homenagem as orixas femininas, as ayabas. E foi escolhido alguns símbolos da mitologia dos orixas para ocuparem esse espaço.
A instalação vem expor , apresentar para o público os contos de Cleber, um trabalho artístico literário emotivo que retrata essa aproximação, vivência e ancestralidade da religiosidade afrobrasileira.
Os eventos se deram com rodas de conversa junto com a historiadora Taynara Rafaela e a bióloga Fariza. Foi apresentado diferentes movimentos e aspectos da cultura do povo negro mais próximos a cada um do grupo resultando num grande conjunto de força e conteúdo. Nas fotos o público que compareceu no Galpão Cultural, Robertinho e o grupo das rodas de conversa. As fotos foram tiradas por Itauê Galdino.
Ayaba Sinestesia
Cenografia da FLia ( Feira Literária de Assis)
Evento promovido através do ProAc aconteceu em maio de 2022, percorreu alguns dias de muitas atividades com rodas de conversas, exposições, oficinas e apresentações artísticas. Contou com a participação de diversas pessoas da cidade de Assis e de outros lugares também. O tema central era o destaque do povo negro e suas produções, a cultura afrobrasileira e os povos originários . Minha contribuição foi a elaboração da cenografia do palco que recebeu diversos artistas. Foi uma nova concepção com o material que produzi no projeto "Ayaba Sinestesia". Também participei da exposição em artes visuais com a pintura " A coruja esta com fome".
Na cenografia do palco foi utilizado o material de arranjos/cortinas feitas para a instalação " Ayaba sinestesia", num outro formato ganhou altura e destaque. A elaboração da cenografia do palco e da iluminação foi todo coletivo com as contribuições dos envolvidos na organização do evento.
Houve minha participação na organização do espaço , criando ambientes para as atividades e festa, inclusive nos espaços de exposição de artes visuais.
Em uma das fotos a cantora Rubia Divino.
Peça de teatro:
"Sou mulher e não serei outra coisa"
Junto a cia. Bornal de Bugigangas participei da montagem da peça de teatro " Sou Mulher e Não sei outra coisa ", nas atividades de cenografia no ano de 2022. Promovido através do ProAc, o texto é de Erika de Oliveira.
Aconteceram o processo de montagem, ensaios abertos e a peça foi para a circulação passando por cidades do interior e baixada santista. A peça foi apresentada em espaços alternativos e não convencionais.
O tema central é a questão de gênero, a situação vivida pelas mulheres e, principalmente sobre a violência contra a mulher que atualmente aumenta as estatísticas e assusta.
No início do processo , no acompanhamento dos ensaios e nas propostas iniciais explorou se as possibilidades de ocupação do espaço, as escolhas de elementos simbólicos e as referências do teatro e da cenografia. Esses elementos simbólicos foram investigados na observação do universo definido como feminino e o que eles podem representar na vida das mulheres, passamos por observar os ambientes domésticos e os brinquedos infantis. Explorou se também as diferentes formas de configurações das apresentações, de como ocupar o espaço na relação da encenação com a platéia. Levando em conta que a principal referência da montagem é o Teatro do Oprimido de Augusto Boal ficou claro a necessidade de relação direta com a platéia, de interação e jogo. Definindo também objetos leves para esse jogo. Outro fator de destaque para essa configuração foi a apresentação se dar em espaços não convencionais.
O elemento escolhido foram as caixas fazendo referência as caixinhas de bijuterias, aviamentos, de roupas, cofrinhos tão comuns no universo feminino e que remetem a memória e a algo a ser guardado como os sentimentos e angústias. As formas geométricas das caixas e suas características de construção também remetem a sociedade atual da racionalidade.
O processo foi todo coletivo e a cenografia foi definida a partir das necessidades da atuação proposta em todos os seus detalhes. Na disposição dos elementos nesse espaço. Este que não é nenhum ambiente definido, é um espaço da lembrança, do pensamento e do delírio. Na existência das molduras que foi uma proposta de composição da atuação fazendo referência as janelas, molduras e enquadramentos de imagens. O buque de casamento com arame farpado vem para ilustrar essa união amorosa do casal representado e sua relação doentia.
Por fim, as técnicas da produção do cenário escolhidas foram a de empastelamento/ empapelamento comuns na cenografia de teatro que utiliza papéis e massa com cola para fazer objetos leves. E também foi explorada as possibilidades de construção com mdf. Os acabamentos foram feitos em tinta, tecidos e papéis.
Edital Vozes da Cultura- Vídeo aula:
"Desenho , Espaço e Cidade: técnicas de desenho e leitura urbana"
No ano de 2020 em contexto de pandemia participei desse edital " Vozes da Cultura ", promovido pela prefeitura de Assis, Conselho Municipal de Cultura e FemaTv. Em formato de vídeo aula apresentei exercícios e conhecimentos intitulado " Desenho , Espaço e Cidade: técnicas de desenho e leitura urbana". Uma proposta de atividade em arte educação estimulando as possibilidades de desenho que representam o espaço. Através da prática de observação que tem como marca a atenção e a prática do exercício de construção do espaço através da perspectiva. Afim de desenvolver conhecimento e discussão sobre a formação dos espaços construídos que tem o seu maior símbolo a cidade. Possibilitando assim uma discussão sobre as questões urbanas, sobre a leitura dos mapas da cidade. O formato foi em vídeo, trabalhando e desenvolvendo essa linguagem de comunicação e arte.
Ocorreu uma premiação envolvendo os participantes do projeto através de um festival " Vozes da Cultura". Fui convidada a fazer os troféus.